Bolsa
IBOVESPA
|
Câmbio
Dólar |
Euro |
Peso Arg |
Ouro (onça) |
Geral/Região
23/06/2017 16:49
ENTREVISTA: Mário Pereira: Ex-governador do Paraná

Em entrevista ao Jornal Folha da Terra, Mário Pereira revela curiosidades de sua vida, de sua carreira, o auxílio que prestou enquanto governador do estado

Palotina - Na última sexta-feira, dia 16, o ex-governador do estado do Paraná, Mário Pereira, veio a Palotina receber o título de Cidadão Honorário da cidade, projeto proposto e aprovado em 1997, pelo ex-vereador e pioneiro de Palotina, Severino Gênero, figura ilustre e grande militante do PMDB local. 

Em entrevista ao Jornal Folha da Terra, Mário Pereira revela curiosidades de sua vida, de sua carreira, o auxílio que prestou enquanto governador do estado para implantação da UFPR (Universidade Federal do Paraná) no município e as amizades que cultiva até hoje em Palotina.
Folha da Terra - Mário Pereira, conte-nos um pouco sobre sua vida e sua carreira
Mário Pereira - Em 1967, formei-me na Universidade Federal de Santa Catarina, em Engenharia Elétrica e fui contratado por uma empresa paulista, que me enviou ao oeste do Paraná para instalar grandes máquinas Diesel Elétricas e montar subestações elétricas em Cascavel, Foz do Iguaçu, Umuarama, Pato Branco e Maringá. Casei em 1969 e fui morar em Apucarana para montar uma grande subestação. Instalamos lá o maior transformador trifásico construído até então no Brasil. Em 1972 pedi demissão dessa empresa e fui morar novamente em Cascavel. Junto com dois sócios formamos uma empresa construtora que foi pioneira em incorporações imobiliárias no Oeste do Paraná. Em 1974 filiei-me ao MDB e de 1975 até 1983 fui presidente do diretório municipal daquele partido político. Fui eleito deputado estadual em 1982 e reeleito em 1986. Em 1987 fui Secretário de Estado da Administração e em 1990 elegi-me Vice-governador. Em 1991, acumulei a Vice com a Secretaria de Estado dos Transportes e no dia dois de abril de 1994 assumi o Governo do Estado, onde permaneci até 31 de dezembro. Em 1995 assumi a presidência estadual do PMDB. Voltei então à minha profissão de engenheiro eletricista, tendo morado dois anos em Cuiabá e onze em São Paulo, sempre na iniciativa privada. Ao completar 70 anos pedi demissão da empresa em que trabalhava e me aposentei. Dedico-me atualmente ao terceiro setor. Gosto de política desde jovem. Fui presidente do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia e também Orador de minha turma na solenidade de formatura.
FT- Enquanto governador, quais foram às atitudes que o senhor tomou a frente do governo e as ações desenvolvidas no período?
MP - Fui Governador por nove meses e mantive todos os programas que estavam em andamento. Um dos programas novos que implantei foi na área da saúde, com a contratação através das prefeituras de cerca de quatro mil atendentes sociais, que trabalhavam no combate à mortalidade infantil. O Jaime Lerner manteve o programa e recebeu um prêmio da ONU (Organização das Nações Unidas).
Investimos na UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), criamos novos cursos e obtivemos o reconhecimento como universidade. Como Secretário dos Transportes não medi esforços na construção da Ferroeste e como Governador dei continuidade a essa importante obra de infraestrutura que infelizmente não teve continuidade. Os problemas são inerentes ao cargo. Enfrentá-los e resolvê-los faz parte do dia a dia.
FT - O senhor recebeu o título de cidadão honorário de Palotina, o que isso lhe representa?
MP - Considero esse título uma generosidade da comunidade palotinense através de seus representantes na Câmara de Vereadores. Senti-me honrado e feliz. Palotina é uma cidade diferenciada, na produtividade agrícola, nas notas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), no baixo índice de violência, com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e esses números aumentam a importância de um título como o que recebi.
FT- Em relação à implantação da UFPR em Palotina, em que o senhor contribuiu para essa consolidação?
MP - A instalação da UFPR em Palotina foi uma conquista da comunidade local. O que eu pude fazer, quando fui procurado por uma comissão de Palotina, foi atender à solicitação, conseguindo os recursos pedidos. Era um tanto difícil, pois a UFPR é federal. Havia entraves legais, mas conseguimos superá-los. Eu estou afastado a muitos anos da atividade política e isso naturalmente me afastou de quem continua atuando. Não sou mais filiado a nenhum partido. Sou vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, vice-presidente do Movimento Pró Paraná e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Profissionalmente ainda atuo como integrante do Conselho de Administração de uma empresa em São Paulo.
FT- O senhor tem muitos amigos em Palotina, o que a cidade representa na sua trajetória?
MP - Fui presidente por oito anos do MDB/PMDB de Cascavel e três anos presidente do PMDB do Paraná. Nessa militância minha ligação com Palotina foi sempre muito forte, pois aqui o partido tinha lideranças importantes e que se faziam presentes na política partidária no Oeste.
FT- Qual a sua relação com Severino Gênero, grande nome da política e pioneiro de Palotina
MP - Conheci o Severino apresentado pelo ex-deputado Paulo Marques, quando ainda era prefeito o saudoso Quinto Abrão Delazeri. Severino era a referência do PMDB em Palotina. Leal, de posições lúcidas e firmes, acolhedor, entusiasta. A admiração vem antes da amizade, e foi o que aconteceu comigo em relação ao amigo Severino Gênero.

Fonte: Folha da Terra Crédito: Marcelo Nava/NRC


PUBLICIDADE