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24/07/2016 23:14
PALOTINA 56 ANOS: Palotina é reconhecida como produtora de bons vinhos

Palotina - Hoje já são dezenas de famílias palotinenses que produzem bons vinhos e com isso, agregam renda e sonham com maiores investimentos neste lucrativo negócio. Essa ideia de produzir vinhos tomou forma há cerca de 10 anos, quando percebeu-se que haviam produtores fazendo bons vinhos para consumo caseiro e que necessitavam de uma avaliação para tornar essa produção profissional e com mais qualidade.

De acordo com o técnico da Emater-PR, Paulo Tomazella, “desde a primeira avaliação houve uma grande evolução no processo de produção e consequentemente houve avanço na qualidade. Os produtores investiram em equipamentos e o vinho melhorou muito nestes dez anos de avaliação”, frisa ao elogiar a determinação dos produtores que sabem enfrentar os desafios de produzir vinhos em condições adversas como acontece em nossa região.

Hoje a produção total de vinho em Palotina já alcança os 80 mil litros (2015) e deste volume, 90% foram destinados a comercialização.

Um dos principais eventos que incentivaram esse novo negócio, é a avaliação anual de vinhos que acontece no município, realizada pela Prefeitura, Emater, Centro Cultural Italiano e UFPR – Setor Palotina. Neste ano, participaram da avaliação 17 produtores. De acordo com Lara Biezus, secretária de Industria e Comércio, “o vinho já passou a ser um negócio atrativo para o produtor, na medida em que ele alia o ganho financeiro com o prazer de ter a sua bebida na mesa de consumidores locais e da região. A partir de agora nós queremos tornar esse vinho um atrativo turístico para o município e claro com o compromisso muito maior em relação ao controle de qualidade dando uma assistência técnica muito mais próxima, muito mais intensa.

Para Lara há uma relação de afeto com o vinho em função da cultura italiana local que é muito forte. “Temos também uma identidade cultural que propicia o padrão de qualidade sendo cada vez mais satisfatório para atender ao mercado consumidor com certeza será um produto que já é e será cada vez mais um produto muito apreciado e com um mercado em franca expansão na região oeste do Paraná”, afirmou.

TRADIÇÃO DE PRODUÇÃO
O produtor Graciano Bordignon produziu neste ano 9.500 litros de vinho e sua intenção é aumentar esta produção até atingir 30 mil litros nos próximos anos. Ele também projeta a construção de uma vinícola. Bordignon revela que gosta de vinho há muito tempo e que iniciou processando entre 200 e 300 quilos de uva. “Como percebi que o vinho tinha boa aceitação, aumentei a produção, sendo que em 2003 resolvi fazer uma adega e comecei a aumentar a quantia de vinho. Naquele ano fiz 3 mil litros e no ano seguinte foram 5 mil litros. Fui aumentando aos poucos e no ano passado produzi 13.500 litros. Antes de terminar o ano já não tinha mais vinho” diz ao salientar que a qualidade da uva e do equipamento usado influi na qualidade da bebida.
“Com certeza matéria prima de qualidade resulta em vinho de primeira. Se você não conseguir uma uva de qualidade dificilmente você faz um vinho de qualidade, isso é tudo. A qualidade da uva e depois, claro nós estamos fazendo vinho artesanal. Não tem química. O vasilhame, claro ajuda e eu uso equipamentos de inox”, acrescenta. Para Graciano Bordignon a remuneração obtida com a venda do vinho complementa a renda familiar.

Outro casal de produtores, Lauri Sgarbi e Rejane Paludo Sgarbi, moradores da linha Primavera, neste ano produziram 6 mil litros de vinho que leva o nome de Santa Maria em homenagem à falecida mãe do produtor.

Lauri diz que começou a produzir vinho com dois colegas. “Começamos na verdade com brincadeira, daí um desistiu, outro continuou, depois o outro desistiu também, fiquei sozinho. No início fiz um pouquinho para o gasto, então resolvi aumentar a produção e agora estou nessa. Ainda estou começando, são coisas que tenho que aprender muito, mas estou começando”, conta ao revelar que o processo de fabricação do vinho é bastante delicado e depende muito da temperatura, higiene.

São fatores que tem que estar em cima no dia a dia. Tem que cuidar senão você não consegue obter uma produção boa, um vinho de qualidade. Tem que ter um ambiente bom, temperatura boa”, diz.

A esposa Rejane Sgarbi revela que o trabalho na produção de vinho é feito com muita dedicação e amor na propriedade. “O Lauri é uma pessoa muito exigente e gosta da coisa bem feita”, explica.

Lauri fez questão de agradecer o apoio muito importante recebido nesta trajetória de produtor de vinho do técnico da Emater Paulo Tomazella. Agradece ainda os avaliadores da Avaliação de Vinhos, em especial ao Mauro Basso.
Palotina conta com cerca de 50 produtores de vinho e boa parte destina a produção para venda, sendo que muitas famílias produzem apenas para o consumo próprio.

Fonte: Folha da Terra/Crédito: Celso Becker/FT


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